A âncora da alma

“ Esta esperança, segura é para as nossas almas como uma âncora forte e de confiança, que nos liga ao próprio Deus, do, outro lado do véu sagrado do céu, aonde Cristo penetrou à nossa frente para interceder por nós, valendo-se da sua situação de nosso Supremo Sacerdote, com a honra e da mesma classe que Melquisedeque.”

(Hebreus 6:19)

Nessa versão da Bíblia Viva, o versículo começa com uma palavra essencial em nossa caminhada cristã: Esperança. O Apóstolo Paulo diz que a esperança que temos em Deus é como uma âncora para a nossa alma. Mas o que significa isso? Vamos colocar isso em prática. Todo navio, para ter segurança, precisa de uma âncora. Uma âncora é um instrumento náutico pesado, geralmente de metal, que permite fazer presa em fundos rochosos, lodosos ou arenosos, fixando temporariamente os navios na posição desejada. O que seria então, uma âncora para a nossa alma? O que nos sustenta e que nos faz descansar em meio às tribulações? Deus. Como conhecemos a Deus? Através de sua Palavra, lendo a Bíblia. Assim nossa fé é fortalecida, à medida que conhecemos o poder de Deus. Quando estamos firmes na oração, na leitura diária da Bíblia, no estudo da Palavra, somos fortalecidos e mesmo em meio às dificuldades, não somos atingidos pelas circunstâncias. Nossa fé está em Deus, naquele que sabemos que não pode mentir, Ele não é homem para mentir! Esse é um dos braços que compõe a âncora da nossa alma. Um pouco mais acima, no versículo quinze, ele fala da promessa que Deus fez a Abraão, dizendo que ele recebeu o que Deus havia prometido por ter esperado com paciência. Esse é o outro braço da âncora, a paciência. Muitas vezes nós recebemos uma promessa e não temos paciência para esperar por ela. Queremos que ela se cumpra imediatamente. Mas muitas promessas levam anos para se cumprirem. Até hoje, a promessa de que Abraão seria pai de muitas nações, ainda se cumpre. Nós fazemos parte dessa promessa. Muitas vezes murmuramos e perdemos a fé, a esperança. E isso entristece o coração de Deus. 

Devemos começar a glorificar a Deus, no instante em que recebemos uma promessa, sem pensar nas impossibilidades ou no tempo em que vai demorar. Um verdadeiro adorador começa a glorificar a Deus no momento em que pensa na possibilidade de receber aquela promessa. Isso é o que agrada a Deus. Devemos manter viva a chama da esperança e junto com ela ter paciência ao entender que não é no nosso tempo, mas no Dele, não é do nosso jeito, é do jeito Dele, não é a nossa vontade, é a vontade Dele. Resumindo, a âncora da alma é composta por dois braços: a ESPERANÇA e a PACIÊNCIA. Mas assim como toda âncora, ela precisa ser firmada em algo, senão, de nada adianta. O versículo é bem claro quando diz que ela é “forte e de confiança”. Se jogarmos uma âncora em terra firme, no asfalto, que não é seguro, de nada vai adiantar. Ela não vai cumprir o seu papel de âncora, pois precisa de um solo rochoso, lodoso ou arenoso para fixar-se. Na âncora da alma, esse solo é Deus. O Apóstolo Paulo diz que essa âncora nos liga ao próprio Deus. Agora, pare um pouco e pense. Quem é nosso mediador e intercessor? Quem é que nos liga ao próprio Deus? Quem foi que rasgou o véu para que hoje pudéssemos ter livre acesso? Jesus! Então Jesus seria a corda que liga a âncora ao navio. Sem Jesus, não conseguiríamos ter essa ligação com Deus. E o mais engraçado, é que se você observar o desenho da âncora, verá que no meio dela há uma cruz:

Quando Jesus foi crucificado, ele rasgou o véu, subiu aos céus e nos ligou a Deus. Estou fazendo esse paralelo, para mostrar que Deus não faz nada por acaso. Até mesmo em sua Palavra, todas as parábolas, todas as comparações que existem nas Escrituras, têm um fundamento, tem um tesouro escondido. Fazendo esse paralelo, conseguimos entender melhor o que Paulo quer dizer quando fala sobre a âncora da alma. Se você apenas ler as Escrituras, nunca irá compreendê-la, mas a medida que você pede revelação ao Espírito Santo, a cada PALAVRA Ele vai te revelar um tesouro escondido que muitos deixam passar despercebido. Leia, releia, leia quantas vezes for preciso, pense, medite, leia novamente. Descanse no Senhor, desfrute de cada promessa de Deus e assim não lhe sobrará tempo para ouvir o blá blá blá daquele que tenta, todos os dias, roubar a sua fé.